O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,46% em maio, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar mais caro no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, em relação a abril.
O avanço mensal acelerou em relação à variação registrada no mês anterior (0,37%). Aliás, a alta de março foi idêntica ao avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que também subiu 0,16% em. A propósito, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil.
Com o acréscimo do resultado de maio, o INPC passou a acumular uma alta de 3,34% nos últimos 12 meses, acima dos 3,23% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Você sabe o que é INPC?
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.
Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.
Seja como for, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu neste ano.
![INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS](https://consultoriofinanceiro.com.br/wp-content/uploads/2024/06/Carteira-de-trabalho-Getty-Images-1.png)
Inflação sobe em todos os locais pesquisados
No mês passado, o INPC subiu em todos os 16 locais pesquisados pelo IBGE, refletindo uma disseminação do encarecimento dos produtos e serviços no país. Vale destacar que a alta dos preços ficou mais intensa em nove capitais, pesando um pouco maio no orçamento das famílias.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em maio:
- Porto Alegre: 0,95%;
- São Luís: 0,65%;
- Belo Horizonte: 0,61%;
- Salvador: 0,59%;
- Fortaleza: 0,58%;
- Aracaju: 0,57%;
- Vitória: 0,55%;
- Curitiba: 0,48%;
- Recife: 0,46%;
- Rio Janeiro: 0,46%;
- Campo Grande: 0,44%;
- São Paulo: 0,33%;
- Brasília: 0,27%;
- Rio Branco: 0,24%;
- Belém: 0,13%;
- Goiânia: 0,03%.
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu em todos os locais pesquisados em maio, com a taxa nacional ficando mais intensa que a do mês anterior devido à aceleração dos preços na maioria dos locais.
No acumulado dos últimos 12 meses até maio, todos os locais continuaram com taxas positivas. Os números mais elevados foram registrados em: Belo Horizonte (4,81%), Belém (4,73%), Aracaju (4,16%) e São Luís (4,01%).
Em contrapartida, as menores variações foram observadas em São Paulo (2,61%), Goiânia (2,67%), Rio de Janeiro (2,93%), Curitiba (2,95%), Brasília (3,06%) e Recife (3,08%).
Veja os destaques do mês
Em maio, a taxa do INPC ficou mais elevada em Porto Alegre devido ao forte avanço de 23,94% registrado no preço da batata inglesa. A produção do tubérculo “foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras“, segundo o gerente da pesquisa, André Almeida.
De modo diferente, Goiânia teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido à queda nos preços do etanol (-6,57%) e da gasolina (-3,61%). Esses recuos puxaram a inflação para baixo no local.
O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios subiram 0,64% em maio, acelerando em relação ao mês anterior (0,57%). Da mesma forma, os produtos não alimentícios aceleraram de 0,31%, em abril, para 0,40% neste mês.
Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.
Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.