A prévia da inflação teve uma variação abaixo do esperado em maio, para alívio dos consumidores do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,44% no quinto mês de 2024.
Em suma, a variação da inflação veio abaixo da média das estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,49% no mês. Apesar disso, a taxa acelerou em relação ao mês anterior (0,21%), sinalizando que os preços subiram mais do que em abril.
Veja como a inflação impacta os brasileiros
Muitas pessoas não entendem bem o que significa inflação e qual a sua importância para o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.
Inflação também se refere às variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Em outras palavras, o IBGE informa o comportamento dos preços de produtos e serviços no país, indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.
De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.
Preços sobem em 8 dos 9 grupos pesquisados
O IBGE revelou que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em maio, na comparação com o mês anterior, sinalizando uma forte disseminação de valores mais altos no país.
Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram em maio:
- Saúde e cuidados pessoais: 1,07%;
- Transportes: 0,77%;
- Vestuário: 0,66%;
- Alimentação e bebidas: 0,26%;
- Habitação: 0,25%;
- Despesas pessoais: 0,18%;
- Educação: 0,11%.
De acordo com o IBGE, o grupo transportes voltou a exercer o maior impacto no IPCA-15, de 0,16 ponto percentual (p.p.). O avanço respondeu por 36,4% da variação da inflação nacional, impulsionando-a no mês.
Em síntese, os preços dos combustíveis subiram 2,10% no mês, após leve redução de 0,03% no mês anterior. O resultado ficou positivo devido às altas registradas por etanol (4,70%), gasolina (1,90%) e óleo diesel (0,37%). Apenas o gás veicular teve queda de 0,11% no mês.
Já o grupo saúde e cuidados pessoais exerceu o segundo maior impacto no mês (0,14 p.p.), influenciado pelo encarecimento dos produtos farmacêuticos (2,06%), ‘após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março”, explicou o IBGE.
Preços do grupo alimentação e bebidas desaceleram
O grupo alimentação e bebidas, que havia exercido o maior impacto em abril, registrou uma desaceleração nos preços em maio e impactou o IPCA-15 em apenas 0,05 p.p.
De todo modo, o encarecimento observado no grupo foi influenciado pela alimentação fora do domicílio, cujos preços subiram 0,37% em maio, acima da variação de abril (0,25%). O acréscimo ocorreu devido ao acréscimo do item refeição (0,07% para 0,34%), enquanto os valores do lanche subiram 0,47%, assim como em abril.
Já a alimentação no domicílio desacelerou em relação a abril (0,74% para 0,22%). Os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em maio foram:
- Cebola: 16,05%;
- Café moído: 2,78%;
- Leite longa vida: 1,94%.
Em contrapartida, diversos produtos tiveram queda em seus preços, com destaque para: feijão carioca (-5,36%), frutas (-1,89%), arroz (-1,25%) e carnes (-0,72%).
Inflação sobe em todos os 11 locais pesquisados
Em maio, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços em todos os locais pesquisados pelo IBGE, sinalizando o encarecimento disseminado dos preços no país.
Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.
Veja as taxas de maio nos locais pesquisados pelo IBGE:
- Salvador: 0,87%;
- Porto Alegre: 0,86%;
- Belo Horizonte: 0,60%;
- Brasília: 0,55%;
- Curitiba: 0,43%;
- São Paulo: 0,36%;
- Recife: 0,31%;
- Belém: 0,29%;
- Goiânia: 0,27%;
- Fortaleza: 0,26%;
- Rio Janeiro: 0,15%.
“A maior variação foi registrada em Salvador (0,87%), por conta das altas da gasolina (6,89%) e energia elétrica residencial (3,26%). Já o menor resultado ocorreu no Rio de Janeiro (0,15%), que apresentou queda nos preços do feijão preto (-10,38%) e das carnes (-1,56%)“, informou o IBGE.